Fabulário Geral do Delírio Cotidiano
segunda-feira, 26 de abril de 2010
O Valor do Tempo
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
Equilíbrio: em busca do caminho do meio.
Vivemos em um mundo de polaridades. Temos certo e errado, bom e mau, paz e guerra, céu e inferno, corpo e mente, razão e emoção, amor e ódio, doença e cura, ser e não ser, luz e sombra, etc... Diariamente, precisamos fazer escolhas que nos colocam frente a estas polaridades, optando por uma e imaginando que imediatamente estamos excluindo a outra. Seria isso possível?
Atualmente, tenho tido mais contato com o pensamento oriental, que me aproximou mais de uma forma de pensar diferente dessa dualista que nós, ocidentais, estamos acostumados. Primeiro é preciso compreender que quando temos opostos estes só existem um frente ao outro, do contrario jamais existiriam. Por exemplo, paz e guerra, a paz só possui significado se existir a guerra, senão não entenderíamos o que é paz. À medida que não existe guerra, não existe paz, só vamos entender a paz se tiver a guerra para designar algo que é totalmente o oposto.
Enquanto Psicólogo, quero chegar a conclusões na minha área a respeito deste pensamento que acabo de tratar. Atualmente, fala-se muito sobre a psicossomática, enfatizando o aspecto psicológico em doenças que eram consideradas apenas orgânicas. Estamos tratando então da antiga dualidade entre mente e corpo, "pólos distintos", que sob o ponto de vista da psicossomática funcionam juntos e influenciam-se reciprocamente. Em um livro intitulado "A doença como caminho", os autores, um psicólogo e o outro médico, tratam a respeito da doença sob o ponto de vista do pensamento oriental. Segundo os autores, não devemos querer aniquilar o sintoma, se ele surge é para denunciar justamente aquela polaridade que estamos negando. Quando não tomamos consciência de um conflito, por exemplo, ele se manifesta em nosso corpo, através de uma inflamação. Tentamos fugir da "guerra" que seria enfrentar tal conflito, no entanto ele acaba por se manisfestar fisicamente, a "guerra" se instaura em nosso organismo. Para nós ocidentais que estamos acostumados a pensar de uma forma tão diferente, pode parecer estranho, mas pensar dessa maneira é uma verdadeira arte!
E como superar este mundo cheio de polaridades? Procurando o equilíbrio! Em Gestalt Terapia, utilizasse o termo "homeostase" que designa o equilíbrio do ser humano entre fatores internos e externos. Já os budistas falam da necessidade de buscar "o caminho do meio". Inumeras abordagens tratam da importância do ponto de equilíbrio, mas para chegar a ele, penso que existem alguns passos fundamentais. É preciso primeiramente ter consciência da polaridade que cerca cada questão, só assim é possível encontrar o meio. Depois é importante aceitar a existência da polaridade que há dentro de nós mesmos, isso significa nos aceitarmos por inteiro, não apenas aquilo que gostamos de ser, mas o todo, aspectos positivos e também os negativoso como os defeitos, as atitudes imorais, e tudo mais que costumamos esconder de nós mesmo. Só aí é que podemos tomar uma postura diante da vida e com coragem buscar o equilíbrio, da mesma forma que encontramoscorporalmente, em cima de uma corda bamba.
Na vida, algumas vezes pendemos para um lado, ao ver que vamos cair, nos atiramos apressados para o outro lado. Nestes momentos, encontrar o ponto de equilíbrio parece impossível. Outras vezes, o percurso parece árduo e a vontade é de atirarsse, desistir. Isso só para quem pretende atravessar o caminho com pressa. Aquele que tem calma, anda em passos lentos, deslumbrando a paisagem no passeio da vida...
domingo, 19 de julho de 2009
Viena
E como falar de Viena sem falar de cultura e música? impossível! Cidade que inspirou e abrigou gênios como Mozart e Beethoven, berço de Strauss, rapidamente se compreende porque Viena é um importante centro de música erudita, conhecida também como a "Cidade dos Músicos". Com óperas e concertos de segunda a segunda, Viena mantém esta tradição musical que se perpetua a mais de um século. Abrangendo mais o conceito de cultura, Viena possui vários museus, alguns deles localizados no Museums Quatier, um quarteirão composto por vários museus. A arte é expressa em todos os lugares, como na obra de Julian Beever na calçada em frente ao Museums Quartier, o artista faz pinturas no chão em 3D e a figura abaixo é da sua séria "Whatch Out" em que ele retrata acidentes.
Watch Out de Julian Beever
Espaço de lazer em meio aos museus do Museum Quartier
O meu interesse inicial em ir à Viena era para conhecer um museu em especial, o Freud Museum. Museu do psicanalista vienense, o local é o antigo consultório de Freud, fisicamente falando, aqueles cômodos se constituem como o berço da psicanálise! Estar naquele local e remeter a tudo o que foi pensado e criado ali, as consultas dos famosos casos de Freud... é de arrepiar! A importância da teoria psicanalítica é ENORME! Como dizia um antigo professor meu, Nicolau Steibel, "você pode amar ou odiar a psicanálise, mas DEVE conhecê-la!" Concordo plenamente com isso, para quem se interessa pela mente humana, independentemente de que acredite ou não, ler Freud é indispensável, o contrário é o mesmo que estudar biologia e não conhecer Darwin e a teoria da evolução das espécies! Afinal, ela representa uma quebra de paradigma no pensamento da época, um marco! Isso não se deve exclusivamente a Freud, mas ao zeitgeist (espírito da época) que se iniciou naquele período e que ele conseguiu integrar e então formular seu pensamento.
Schönbrunn - Palácio com 1440 quartos e Viena ao fundo
Burg Garten, nada como passar a tarde atirado neste gramado
Viena é magnífica, é charmosa, é moderna e erudita, é o passado no presente (como em Freud!), é caminhar ao som de violinos, é calma e educada, é ler um livro deitado no gramado do Burg Garten, é uma visita a história e ao futuro, é sinônimo de cultura e qualidade de vida, é poesia! Se Viena fosse alguém, seria uma senhora deslumbrante, de beleza conservada, com muita vitalidade pela frente, inteligente e erudita, cobiçada por muitos!
Overwien - Ópera de Viena
Viver em Viena... realmente tentador!
terça-feira, 7 de julho de 2009
ON THE ROAD
segunda-feira, 25 de maio de 2009
Sobre o Medo e o Desejo
segunda-feira, 4 de maio de 2009
Agonizante rotina
Mas para falar disso, hoje estou afim de escrever sem pensar muito, apenas um devaneio sem grandes pretensões... só para botar pra fora mesmo.
Mais álcool, mais cigarros...
Rotina, agonizante rotina
Aglomerações por toda parte
Um bando de gente sem direção.
Mais álcool, mais cigarros...
Tapa buraco do imenso vazio existencial!
Todos procuram encontrar alguém, sem saber a quem.
Procura incessante que jamais acabará.
Permeada pela superficialidade das relações
Jamais encontrarão uns aos outros.
Mais álcool, mais cigarros...
Companhias da frenética rotina!
Tempo, tempo, sempre falta tempo.
Ritmo acelerado, passos rápidos.
Mastiga, engole... e o sabor onde fica?
Informação, bombardeio de informações.
Processa, assimila, mais e mais, não para nunca!!!
Calma.... respira....
Mais álcool, mais cigarros...
Se preenche com fumaça!
Queima até que a chama se apague.
Apaga a si mesmo.
Mais álcool, mais cigarros...
"Só fumo quando bebo, quando saio!"
Imerso nesse mundo, cheio de hábitos e costumes
Já faz parte deles... nem percebeu.
Sem isso, o que sobra? Nada!
Mais álcool, mais cigarros...
Para suprir a angústia de viver essa vida
E o tempo passa... já foi!
A angústia não.
Mais álcool, mais cigarros...
Cada vez faz menos sentido!
“Da vida a gente leva a vida que se leva”