"Não há mudança sem crise!" Não sei bem ao certo de quem é esta frase, mas provavelmente seja de muitos, até mesmo pela veracidade que ela contempla. Muitos são aqueles que procuram evitar a crise em suas vidas, mal sabem eles o quanto ela é benéfica! A própria crise financeira mundial, a qual vivemos atualmente, se faz fundamental para que a economia pare de seguir o rumo que havia tomado. Mas, a crise da qual pretendo tratar é a crise existencial. Muito provavelmente, porque eu mesmo esteja passando por uma! O post também é fruto de algumas conversas que tive nos últimos dias.
Para mim, a crise, representa o ponto de partida para a mudança, sem ela, ficamos na mediocridade que representa o conformismo. Em psicologia, crise está muito associada as fases do desenvolvimento e não é por menos, afinal crise tem tudo haver com desenvolver-se e evoluir! Ainda sob o olhar da psicologia, a crise pode ser definida como uma fase de perda, ou uma fase de substituições rápidas, em que se pode colocar em questão o equilíbrio da pessoa. Este desequilíbrio pessoal gerado pela crise é fundamental para que a pessoa se reinvente e é primordial que ela assim o faça para superar esta fase de perda, afinal toda escolha implica em uma renúncia.
Como diria Einstein “sem crise não há desafios. Sem desafios, a vida é uma rotina, uma lenta agonia. Sem crise não há mérito. É na crise que aflora o melhor de cada um. Falar de crise é promovê-la e calar-se sobre ela é exaltar o conformismo.” Ainda segundo este gênio: “A criatividade nasce da angústia, como o dia nasce da noite escura. É na crise que nascem as invenções, os descobrimentos e as grandes estratégias. Quem supera a crise, supera a si mesmo, sem ficar superado.”
Sendo assim, acredito que a crise deva ser vista de forma positiva, pois corresponde a oportunidade de mudar. Como existencialista, não posso deixar de falar de alguns pensadores existencialistas que tanto se dedicaram a este tema. Kierkegaard, filósofo dinamarquês, conhecido como "pai do existencialismo", destinou sua vida a estudar o desespero humano, este desespero que nos assola quando uma crise é vivenciada. Para o autor "o desespero revela a miséria e a grandeza do homem", pois é neste momento de vulnerabilidade que estamos sujeitos a sermos quem realmente somos.
A crise então representa o estopim da mudança, mas o que realmente importa é o que fazemos diante da crise! Alguns se acorvadam, vivem daquilo que os outros esperam, não conhecem a si mesmos e vivem com medo do desconhecido, de correr riscos, de se arrepender de uma nova escolha... mantendo-se assim no comodismo, se auto-boicotando. Para evitar isso carrego comigo duas máximas, de pensadores (também existencialistas) que me marcaram profundamente; e que vos compartilho: "Somos nossas escolhas!" (Sartre) e "Torna-te aquilo que és!" (Nietzsche). Estas são máximas que procuro pensar toda vez que vou tomar uma decisão, acho que é um exercício que é preciso ser feito diariamente para não se perder o foco do que realmente se quer fazer da própria vida.
Então, se está passando por uma crise, agradeça! Está diante da oportunidade de se fazer melhor! Tornar-se protagonista da sua própria história! Afinal, querendo ou não, "somos condenados a ser livres!" (Sartre).
Exerça a sua liberdade!